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Será que é mesmo importante ir à escola?

Quando nós reflectimos sobre esta pergunta, vem-nos à cabeça aquela criança que acorda mais cedo que o galo da vizinha, caindo aos trambolhões da cama, vestindo-se a correr, saindo que nem um foguetão para ir até à sala mais importante do seu dia — achávamos nós, tendo em conta que lá passa umas oito horas.


Mas será essa sala mesmo importante? Trouxeram os mais eficientes ditadores, que gritam regras como se de um campo de batalha se tratasse e existisse um exército inimigo a combater o bicho rezingão de anos de frustrações e desânimo. Aí, nessa sala, há um manual de instruções para aprender, em conjunto, ao mesmo ritmo. Esquecendo, claro, a individualidade de cada soldado. E se, de repente, alguém saiu do pelotão, aí sim, temos um rótulo prontinho para ele: aquele "traquina". Assim, vão crescendo todos com a imaginação e capacidade de pensar do tamanho de uma ervilha, preparados para funcionar naquele regime militar.


Preparamos crianças para seguirem as regras sem se questionarem porque se fizerem actividades diferentes daquelas que não sejam fichas de actividades e exercícios programados à partida, eles não sabem como reagir e resvalam para o típico mau comportamento. E ainda lhes arranjamos um quadro de mérito para medalhar a sua capacidade de decorar o que está escrito nos livros, mesmo não sabendo do que se trata na semana à seguir. Não percebem a utilidade daqueles problemas cheio de linhas, que têm pouca aplicabilidade na sua vida diária.


Na verdade, quando crescemos valorizamos que uma pessoa seja criativa, que seja capaz de partilhar as suas ideias, que seja capaz de trabalhar em equipa, porém não desenvolvemos estas capacidades no meio daquela sala com instruções militares.


Olhando ao longe, numa sala longínqua, encontramos uns líderes que dão exemplo e permitem os porquês na sala. Aqueles que permitem pensar diferente, respeitam o ser e a individualidade de cada criança, que acreditam em impossíveis, destroem os manuais de instruções e criam bases para um futuro adulto livre e capaz de sentir o que se passa em si e nos outros. Se encontrássemos mais destas salas, todos seríamos mais felizes — e as nossas crianças também.



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