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O suicídio ainda é um problema saúde pública!

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que por ano morrem 800 mil pessoas por suicídio em todo o Mundo, sendo esta uma das principais causas de morte entre os jovens até aos 29 anos. Em Portugal, estima-se que por dia morrem três pessoas devido a suicidio. Estes números poderiam ser ainda maiores se adicionarmos a taxa de suicídios ‘encobertos’, isto é, de pessoas que conseguem provocar suicído de forma aparentemente acidental.


Agora pedimos-lhe que pare por momentos, acabaram de passar cerca de 40 segundos desde o início da leitura deste artigo e, segundo a Organização Mundial de Saúde, alguém no mundo morreu por suicídio.


Mesmo que não queiramos pensar sobre isso, o suicídio é indiscutivelmente um problema de saúde pública que precisa de intervenção e de prevenção imediata. E que a sociedade enquanto um todo ainda não conseguiu reunir estratégias eficazes para o prevenir!


Mas, afinal quais são as principais causas que levam alguém a querer cometer o suicídio?


Independentemente da causa em si - dificuldades económicas, dependências, relações familiares, divórcios, problemas de saúde mental ou lutos - há um fator comum que une praticamente todos os suicídios, a sensação de uma dor absolutamente insuportável, acompanhada pela sensação extrema de desamparo, melancolia e solidão.

Assim, quando alguém se suicida, esteve muito provavelmente durante muito tempo a ‘morrer aos bocadinhos por dentro’ e a vivenciar uma sensação de solidão profunda. Mesmo que rodeado de família e de amigos, a sensação é de solidão - não que a família ou os amigos não estejam a dar o melhor de si, simplesmente a pessoa não o sente como suficiente.


Desta forma, a prevenção do suicídio não pode esquecer as relações de proximidade - sejam elas familiares ou profissionais. São as relações que nos ligam à vida e que nos dão alento para, mesmo perante os maiores desafios e obstáculos, ter força para continuar e prosseguir.


É essencial que todos - sem excepção! - olhemos para o suicídio com a importância que ele merece, até porque quando alguém se suicida não só morre essa pessoa, mas muitas vezes “morre por dentro” toda uma família, amigos e comunidade, entre a sensação de culpa e o luto que é vivenciado de uma forma extremamente dolorosa.


A prevenção do suicídio começa quando a promoção da saúde mental e literacia emocional começam quer em contexto escolar, quer em laboral, quer na comunidade em geral.


Mas, como a prevenção do suicidio ainda não é eficaz, todos devemos estar mais alerta a quem está à nossa volta e se detectamos alguém com ideação suicida - que pensa com frequência em suicídio e que o planeia - devemos lembrarmo-nos que:


  • É prioritário a intervenção especializada ao nível da saúde mental, com equipas multidisciplinares, sendo essencial apoiar a pessoa e fazê-la chegar a uma estrutura de apoio.

  • Não se deve desvalorizar o sofrimento - é essencial ouvirmos o sofrimento da pessoa e dar-lhe colo. A desvalorização do sofrimento gera a sensação de solidão que desperta a vontade de efetivar o suicidio. Aqui é essencial estarmos atentos, regra geral, quando alguém nos revela que sente vontade de morrer, há uma tendência a não valorizarmos essa afirmação.

  • Ampliar a rede protetora - as relações são essenciais, perante ideação suicida, aumentar a rede de suporte não formal é imprescindível, isto é, rede de amigos, família, entre outros.


É no momento em que alguém com intenções suicidas encontra em alguém uma certa sensação de compreensão e um colo que o desejo de querer acabar com a sua própria dor e com a sua própria vida acalma - não desaparece, mas acalma! Porque uma dor torna-se sempre mais pequena e fácil de ultrapassar se a podemos partilhar com a alguém, se sentimos que há alguém com força suficiente para nos ajudar a suportar essa dor.


Não nos esqueçamos que é urgente investirmos de forma robusta na prevenção do suicídio e, de uma forma unida darmos a mão a quem sente que a sua dor não é mais suportável e aceitável.

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