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Dos filhos que fomos, aos pais que somos!

Atualizado: 13 de dez. de 2017

Quando os pais começam a desempenhar o seu papel, para além de um bebé, há todo um conjunto de novas personagens que nascem! Em volta de um bebé, há toda uma família que se alinha e re-alinha, há uns pais que se tornam avós, há um irmã que se torna tia, há um amigo que sente saudades, há um casal que inicia uma viagem… Quando os pais se tornam pais, tudo se mistura e se conjuga, o amor não se aprende, um filho não se desliga, mas a paternidade pode ser mágica se conseguirmos multiplicar tudo o que de bom há em nós.

Cada criança é singular, cada um dos pais é singular, mas todas as crianças à sua maneira refletem os lados de heróis e de vilões dos pais. Afinal, como é que um Pai se pode tornar melhor? Um Pai tem de olhar para o Mundo colocando-se no papel da criança. Mas, acima de tudo, tem de olhar para um filho, livre daquilo a que ao longo da vida lhe foi condicionando aos poucos… A forma como cada um dos pais exerce o seu papel, é condicionada pela sua história, pelas suas expectativas, pela forma como foi filho, como foi irmão, como desejou ser Pai, como foi, ou não, sendo amado ao longo da sua vida e do seu crescimento, enquanto criança e enquanto adulto.

Muitas vezes, porque fomos filhos assustados, presos a um sistema parental rígido e autoritário, procuramos exatamente o oposto para os nossos filhos e tornamo-nos pais absolutamente liberais, não introduzindo segurança, regras e limites. Ou o oposto, porque fomos filhos em auto-gestão, exercemos um controlo absolutamente fora do vulgar com os nossos filhos, não lhes dando espaço e liberdade para serem crianças à sua maneira. O difícil na montanha russa da parentalidade é que é preciso conjugar num só, os pais que tivemos, os filhos que fomos e os pais que somos, e, às vezes, é como se cada um andasse para o seu lado, como se estivessem zangados, como se dentro de cada um dos pais vivessem muitas personagens e, em vez de darem vida a um Pai, essas personagens fraturam-no, tornando-se incompatível o filho que se foi, com o pai que se quer ser e com os pais que tivemos.

Por isso, é que, às vezes, é preciso parar, olhar para dentro de nós, separar e unir mundos, para fazer as pazes com a criança e com o filho que se foi, com os pais que se teve e, assim, tornarmo-nos melhores pais e ficarmos cada vez mais perto dos pais que queremos ser.

Um pai, ou uma mãe, são sempre feitos de histórias, de amores e desamores, de conquistas e derrotas. Mas, não se pode desejar que seja um filho a ligar todos os nossos mundos e fazer-nos sonhar, muito menos, podemos querer que seja um filho a concretizar todos os nossos sonhos, a sarar as nossas feridas e dar as mãos às nossas infâncias.



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