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A liberdade explicada às crianças

Com o mês de Abril, chega também o tempo de comemorarmos a liberdade. Sermos livres é uma das maiores conquistas que alcançamos e aquilo que todos desejamos é que as nossas crianças continuem a viver em plena liberdade.


Mas, apesar de sermos uma nação livre, será que conseguimos passar o conceito da liberdade às nossas crianças? E, mais importante do que isso, será que damos espaço às crianças para serem livres por dentro, para serem livres em tudo aquilo que são?


A verdade é que o 25 de Abril é um ótimo mote para passarmos às crianças os conceitos essenciais da liberdade. Para o fazermos, podemos começar por mostrar às crianças aquilo que representava viver sem liberdade, viver sem se conseguir expressar todo o nosso pensamento, sem se poder mostrar aquilo que sentimos e sem se poder ter uma opinião acerca do que está a acontecer no país e, muitas vezes, acerca do que está a acontecer connosco próprios. Para mostrarmos esta realidade podemos pegar em pequenos exemplos do dia a dia das crianças, em conflitos que possam existir na escola, com os professores ou com os amigos e mostrar-lhes que, antes de existir liberdade, de facto, tínhamos que aceitar tudo aquilo que nos era apresentado, mesmo que não concordássemos. E, de forma simples, é possível mostrar às crianças o que significa viver privados de liberdade.


Mas, perante tudo isto, aquilo que é mais importante é mostrar às crianças que a liberdade representa um todo muito grande que, entre muitas outras coisas, a liberdade implica autenticidade, independência e responsabilidade. E que, cada um de nós deve viver em liberdade e permitir a liberdade a quem está à nossa volta.


Porque, apesar de sermos uma nação livre, quantas vezes vivemos internamente numa ditadura, ditada por tudo aquilo que a sociedade, a família ou os outros esperam de nós? Quantas vezes, não acabamos por deixar de tomar decisões de acordo com tudo aquilo que queremos para nós, para passarmos a tomar decisões de acordo com o que esperam de nós. E, sempre que isto acontece, deixamos de ser livres, mesmo que vivamos numa nação que comemora com fervor a liberdade no mês de Abril .


Por tudo isto, é essencial ensinarmos às nossas crianças a serem internamente livres, o que exige que, em primeiro lugar as ajudemos a conhecerem-se a si próprias, a serem capazes de identificar aquilo que são e aquilo que querem. De forma a que, depois, consigam seguir com autenticidade fiéis ao seu interior. Pois uma criança que se conhece a si própria conseguirá, com mais confiança, avançar pelo seu crescimento e pela vida fora em liberdade.

Assim, para ensinarmos uma criança a ser internamente livre, conseguindo agir no dia a dia de acordo consigo própria e não apenas de acordo com o que imagina que os outros esperam dela, devemos começar por:

1 - Ensinar a expressarem as suas emoções - ensine a criança a colocar por palavras tudo aquilo que sente. A verdade é que quando olhamos para o mundo emocional, percebemos que a liberdade das crianças fica muitas vezes restrita, porque acreditam que chorar ou estar triste, por exemplo, é para fracos. Se queremos crianças internamente livres, devemos ser capazes de lhes criar um espaço para expressarem e aceitarem aquilo que estão a sentir de forma plena e sem receio do julgamento.

2- Ensinar a fazer escolhas - é essencial que uma criança aprenda a estar ao comando do seu dia a dia e daquilo que gosta ou quer fazer, assim, se no dia a dia da criança lhe dermos - com suporte consoante a idade da criança - a possibilidade de fazer escolhas, estamos a criar um caminho que lhe permite ser mais genuína e alinhar-se com os seus valores internos, de forma a ser livre.

3 - Ensinar gostar de si por inteiro - quando uma criança aceita os seus lados bons e os seus lados maus, consegue mais facilmente ser consciente de si e, e por consequência ser mais livre.

4- Ensinar ser empática - ensinar as crianças a respeitar a liberdade das outras crianças, ou adultos, à sua volta é essencial. Porque respeitar o espaço e as necessidades do outro, é em si um exercício de liberdade, que nos permite a todos ser livres.

No fundo, aquilo que é essencial é que uma criança compreenda que a liberdade implica que sejamos capazes de assumir quem somos, sejamos capazes de assumir as nossas convicções, sejamos capazes de sentir e agir, de acordo com tudo aquilo que somos. É quando conseguimos estar alinhados connosco próprios e somos autênticos que nos conseguimos posicionar de forma mais livre perante nós e os outros.





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