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A Escola é um local seguro?

Atualizado: 20 de nov. de 2019


A violência escolar tem sido um dos temas da ordem do dia, de repente, parece que a escola se transformou um campo de batalha onde alunos agridem os professores, professores agridem alunos, pais agridem professores e alunos se agridem uns aos outros. Mas, afinal o que se passava escola para que todos pareçam estar tão zangados uns com os outros?


Descansa-nos conhecer várias escolas em que a realidade não é a de um campo de um campo de batalha, no entanto, basta que numa única escola estes comportamentos existam para que todos nos devamos questionar e equacionar respostas para estancar esta crise quase hemorrágica de violência.


Em primeiro lugar, parece que baralhamos tudo quando tentamos atribuir culpados e inocentes e parecemos criar um campo de batalha dividido três frentes: Crianças, Professores e Pais. Ora, parece-nos que estamos a confundir as coisas, pois todos são vitimas, e, nestas circunstâncias, o essencial não é encontrar o culpado, mas sim uma solução mais eficaz.


Alguns estudos afirmam, com um certo orgulho, que a violência na escola tem abrandado, mas, muitas vezes, esquecem-se de equacionar muitas formas de violência mais subtis, mais simbólicas, que são recorrentes e que muitas vezes trazem consequências mais difíceis que os episódios isolados de violência clara e manifesta.


A violência escolar existe desde que existe escola e é transversal a todas as classes. Crianças, pais e professores, procuram o mesmo, uma escola em que haja espaço para o diálogo, para a cidadania e para a aprendizagem. Assim, não faz sentido partirmos a problemática em três frentes, mas sim encontrar uma síntese unificadora de todas as realidades.


Para além muitos outros aspectos absolutamente flagrantes da escola, há um que salta à vista, de todas as partes, sente-se um grande cansaço, os alunos estão cansado, muitos passam um dia inteiro na escola, sem que a escola e a aprendizagem os mobilize ou lhe pareça fazer algum sentido, os professores estão também cansados, uma classe a quem temos exigido muito e que muitas vezes tem sido maltratada pelo governo e pela sociedade que, a certa altura, parece acreditar que ser professor é uma tarefa fácil e que portanto grande partes das crises da escola se deve à classe docente. Para todos aqueles que pensam desta forma, basta olharem para forma como quase nenhum jovem português ambiciona ser professor, e isso só acontece porque os professores têm a ingrata tarefa de ter no colo 25 alunos a quem têm de ensinar, educar e gerir um sem fim de expectativas e realidades. Por outro lado, surgem os pais que não raras vezes, também já se encontram num nível de exaustão não compaginavél com tudo aquilo que a paternidade lhes exige.


Assim, é inequívoco que pais, professores e governo têm de se colocar em questão e acima de tudo, que a Escola tem de ser alvo de uma reestruturação profunda, pois apesar de a escola funcionar bem e cumprir a sua missão, podia cumpri-la de uma forma muito mais eficaz, mais humana, mais afetiva e acolhedora para pais, crianças e professores. Queremos uma escola que seja capaz de ouvir as crianças, que seja capaz de lhes alimentar a curiosidade, a imaginação e o sentido humano, onde possam aprender e sentir ligação e motivação para a vida, queremos uma escola respeite os professores e os acarinhe e em que os pais nunca sejam colocados à margem da educação.


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