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Uma carta ao Pai Natal

Querido Pai Natal,


Cá em casa já sentimos o cheirinho dos doces da avó, para mim, ela fez um salame com marshmallows!! A minha árvore já está cheia de embrulhos a espreitar, mas ainda tenho alguns pedidos para ti, - sim, porque não me enganam, sei que estes embrulhos foram comprados pelos avós, pelos tios e pelos Pais! - Mas, este pedido é tão especial que só alguém com os poderes mágicos, como tu, os pode realizar. Eu sei que tu existes, o Dinis diz que não, mas eu sei que existes! Só não compras os presentes, porque estás ocupado com as coisas mais importantes. Por isso, e porque isto é mesmo importante, - acredita que é, Pai Natal! - este Natal peço-te:

- Que todas as escolas se tornem um lugar mais bonito e de crianças felizes! Para isso, é preciso muitas coisas, que só tu podes ajudar-me, mas eu sei que consegues, Pai Natal!


- Peço-te, que a escola seja amiga do que eu sinto!


- Peço-te, que me ensinem a sentir, o que se passa dentro de mim, tenho muitas coisas cá dentro e não as percebo a todas! Gostava que todas as escolas tivessem um cantinho das emoções, onde aprendêssemos o que se passa connosco!


- Peço-te, que aceitem que, se a minha mãe estiver doente eu não vou aprender tão bem. É como se quisessem sempre que aprendêssemos, mas, não se lembrassem que o Português e a Matemática nunca ganham à Família… quando choro, porque às vezes, estou triste, gostava que aceitassem, gostava que não dissessem sempre para eu parar de chorar.


- Peço-te, mais tempo para brincar, que os intervalos cresçam e, acima de tudo, se multipliquem! - Sabes Pai Natal, quando eu estou muito tempo na sala de aula, deixo de conseguir ouvir o que a Professora diz, a minha cabeça já só quer descansar!


- Peço-te, menos trabalhos de casa! - Estou muito pouco tempo com a mãe e o pai e, quando chego a casa, eles estão cansados do trabalho, nenhum de nós consegue pensar direito para fazer os trabalhos de casa, só queremos o colinho uns dos outros.


- Peço-te, que a Professora me deixe contar pelos dedos! - Sabes, Pai Natal, eu gosto de Matemática, mas, às vezes, sem a ajuda dos meus dedos, não consigo pensar.


- Peço-te, que quando eu não estou a conseguir fazer as coisas, me dêem tempo para pensar! - Sabes, eu também não gosto de ter más notas, mas, às vezes, tenho tanto medo de falhar, que parece que fico burro! Os adultos, às vezes, não acreditam, mas tenho melhores notas, quando brinco mais, quando me ensinam uma matéria e o fazem como quem conta uma história, ligando todos os pontos e, mais importante de tudo, se dentro de mim estiver tudo tranquilo, isto é, se eu perceber o que se está a passar dentro de mim e à minha volta, se eu conseguir saber o que estou a sentir, pois, só quando não estou preocupado ou assustado é que eu consigo aprender! Afinal, o que se passa no meu coração, parece ocupar mais espaço na minha cabeça, do que a Matemática...


Pai Natal, sei que te pedi uma coisa muito difícil, mas tu és o adulto, mais adulto que conheço e o meu avô diz que, quanto mais velhinhos somos, mais sábios nos tornamos, por isso, eu confio em ti este pedido, porque os adultos que conheço, são os melhores do Mundo, mas ainda não perceberam o que eu estou a pedir! Vou contar-te um segredo Pai Natal, às vezes, acho que eles também precisavam de ir um bocadinho para aquela escola que te estou a pedir, para brincarem e aprenderem algumas coisas que se passam cá dentro de nós!



Obrigada Pai Natal, gosto muito de ti!



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