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Foto do escritorEscoladoSentir

O que nos dizem as birras das crianças?

As birras são uma espécie de teste aos níveis de paciência de todos os pais e, de repente, perante uma birra, muitas vezes,os pais sentem-se sem ferramentas, sentem-se mais vulneráveis e nem sempre capazes de perceber tudo aquilo que uma birra de um filho tem para lhes transmitir.


Por isso, é importante percebermos qual é a função das birras no mundo inteiro de uma criança e, num primeiro momento, uma birra tem sempre uma função de libertação e descarga emocional. Isto é, durante uma birra uma criança permite-se a deitar cá para fora todas as emoções que não foi capaz de expressar, todas as suas frustrações e todas as suas angústias. É este lado que faz com que as birras sejam boas e positivas para as crianças, pois, todas estas experiências emocionais são melhores ‘fora’ da criança do que ‘dentro’ da criança.


Estas birras com a função de descarga emocional essencial ao desenvolvimento da criança acontecem, por norma, durante a primeira infância, isto é, entre os 2 e os 5 anos.


Nesses momentos, é essencial permitir que a criança expresse e deixar de fora as perguntas. Isto é, temos por hábito perguntar à criança porque é que está a fazer birra, mas à medida que fazemos perguntas a angústia empola dentro da criança e a birra torna-se cada vez maior, porque a criança não tem resposta para nos dar. Por isso, devemos dar suporte à criança, permitindo que chore - se for o caso - e puxando-a para junto de nós, permitindo-lhe sentir-se segura e amada.


Por outro lado, à medida que a criança cresce e vai ganhando cada vez consciência moral e social, a criança percebe que através das birras, por vezes, consegue ter mais impacto nos pais e consegue ter benefícios secundários. E é aí, começam as birras mais ‘manipulatórias’, em que a criança faz uma birra porque quer jogar, ou porque quer um doce no hipermercado, por exemplo. Nesta circunstância, a birra perde o poder de equilibrar emocionalmente a criança e ganha a dimensão de controlar o meio para obter algum benefício secundário, seja ele qual for.


Estas birras com um cariz mais de maior manipulação surgem em crianças regra geral mais crescidas, pelos 5 ou 6 anos. E, nestes casos, é muito importante que os adultos sejam muito firmes - ainda que afetuosos - e não permitam que a criança adquira os benefícios que deseja. Sob pena de, se o conseguir, aumentar o ciclo de birras, a sua duração e a sua frequência.


Neste sentido, o grande desafio dos pais, perante uma birra de uma criança, é perceber se estão perante uma birra biológica que tem a função de libertar emocionalmente uma criança, ou, se estão perante uma birra mais manipulatória em que a criança está ao comando da birra e não a birra ao comando da criança. E, nesta diferenciação, reside a forma mais específica de intervir com a criança.


Ainda assim, seja como for, uma criança precisa sempre que, após uma birra os pais lhes transmitam firmeza quanto a tudo aquilo que sentem que é o melhor para a criança, compreensão da sua insatisfação e muito amor. Só assim, as birras tenderão a diminuir de intensidade e de regularidade.



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