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Psicóloga? Ele só vai lá brincar!

Não é raro, que, de repente, um pai, ou uma mãe, mais céticos, soltem um “eu pago para ele brincar na psicóloga”, e, aqui, os pais deixam de depositar confiança no contexto psicoterapêutico e em tudo aquilo que ele implica.


O brincar é essencial ao desenvolvimento humano, não apenas ao desenvolvimento infantil, o brincar apenas como recreativo e meramente lúdico não existe, muito menos num contexto de acompanhamento psicoterapêutico.


O brincar é sempre libertador, construtivo e uma ponte para a autonomia e independência, através do brincar a criança experimenta diversos papéis e vai, de personagem em personagem, descobrindo-se e descobrindo o mundo, o brincar tem assim qualquer coisa de mágico, que ensina uma criança a ser ela própria, a relacionar-se e a crescer.


Por tudo isto e pela riqueza inigualável do brincar, em contexto de Psicologia Clínica o brincar é utilizado como uma ferramenta de, num primeiro momento de avaliação e, posteriormente, de intervenção.


É importante termos em consideração que com e pelo brincar a criança simula as suas situações mais difíceis de gerir e, guiada pelo brincar, elabora as suas angústias e os momentos menos positivos do seu desenvolvimento, dando-lhes significado.


Quando, num contexto psicoterapêutico, procuramos levar a criança a um conjunto de transformações consistentes que tenham um impacto positivo no seu bem-estar e no seu dia a dia, é essencial leva-las fazer essas transformações, por algo em que elas se envolvam, e as crianças levam o brincar a sério e investem profundamente no brincar!


Sendo assim, o brincar é um óptimo motor para a aquisição das transformações essenciais ao desenvolvimento de uma criança. Desta forma, quando uma criança brinca pela dramatização ela representa muitas vezes a sua realidade, com os seus anseios, as suas expectativas e os seus desejos, assim, pela fantasia, pelos fantasma que representa, elabora as angústias e os conflitos do dia a dia, num primeiro momento. A seguir, o brincar tende a evoluir, para um lado mais estruturado, acompanhando o desenvolvimento da criança, evoluindo para jogos de regras e competições, permitindo à criança aceder à sua frustração e aprendendo a tolera-la e a gerir as suas emoções e, acima de tudo, aprendendo a desafiar-se e a resolver os conflitos num contexto real e seguro.


Isto é, dependendo das necessidades e potencialidades de cada criança, o brincar é sempre direcionado em contexto terapêutico de forma a exponenciar os recursos da criança e a desenvolver as suas competências como, por exemplo, o raciocínio lógico, a imaginação e criatividade.


Assim, sempre que em contexto de um acompanhamento psicológico uma criança brinca, esse brincar é monitorizado pelo psicólogo clínico e, nunca é um brincar por brincar, vazio de significado, mas sim um brincar direcionado, que nos leva por um lado à estimulação de diversas competências da criança, por outro lado à elaboração e à construção de significados dentro de si.


Nunca nos devemos esquecer que uma criança capaz de brincar, é uma criança saudável e que o brincar é e será sempre a pedra preciosa da infância, permitindo-nos através dele chegar aos mais diversos recantos do seu mundo emocional, da sua personalidade e desenvolver a sua componente cognitiva. Quer isto dizer que, a criança através do brincar, fala sem precisar de utilizar as palavras!


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