As relações amorosas são exigentes, implicam que se consiga criar um espaço de comunhão entre duas pessoas, que se consiga dar espaço ao contraditório, ao mesmo tempo, que se dá espaço à compreensão e até, por vezes, ao conflito.
A verdade é que é comum existirem pessoas com a sensação que, façam o que fizerem parecem nunca ser capazes de encontrar o amor, de encontrar a pessoa com a qual consigam criar este espaço de comunhão.
Mas, também é verdade que muitos de nós até conseguem encontrar essa pessoa e esse espaço para o amor, mas têm muita dificuldade em manter uma relação duradoura e resistente a todos os lados mais desafiantes que uma relação implica.
Para que uma relação tenha espaço ao crescimento além da tão importante e já conhecida comunicação, é essencial que:
1 - Sejamos capazes de nos fragilizar - para amarmos e permitirmos que uma relação ultrapasse os obstáculos e suba de patamar, precisamos de ser capazes de nos fragilizar, isto é, de nos permitir a correr riscos, de nos permitirmos a confiar e de, no limite, aceitarmos que só quando somos capazes de mostrar ao outro todos os nossos lados mais positivos ou mais negativos, podemos almejar que uma relação perdure no tempo.
2 - Exista espaço de encontro com os objetivos de vida de cada um - todos nós temos um conjunto de objetivos que nos guiam pela vida fora, se os objetivos de vida do casal forem difíceis de compatibilizar torna-se difícil a relação perdurar. Para que se prolongue, pode existir necessidade de reajuste de objetivos, ou caso apenas se dê primazia aos próprios objetivos, naturalmente, a relação acabará por se desgastar.
3 - Existam valores de vida semelhantes - precisamos de sentir que a pessoa que está junto de nós se alinha por valores internos semelhantes aos nossos, caso contrário permanecemos num constante conflito interno entre os nossos valores de vida e os valores do outro.
4 - Encontrem espaço à compreensão e à intimidade - é nas relações que nos são mais próximas, que depositamos mais esperança, mais expectativa, por isso mesmo, são as relações mais próximas a quem mais exigimos. Para que nos sintamos em ‘casa’ numa relação precisamos que exista colo, compreensão emocional e intimidade, de forma clara e fluída. Sempre que assim não é, rapidamente tendemos a desistir da relação e deixamos de investir, por força do desamparo que vamos sentindo.
As relações são um mundo de descobertas, de desafios e dúvidas, no entanto, só quando nos permitimos a pensar-nos a nós próprios e a pensar as relações é que podemos perceber quais os lados que estão a ficar para trás e que precisam de investimento, para que, a partir daí, tenhamos espaço para criar condições para que uma relação - com tudo aquilo que ela merece! - perdure no tempo.

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