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291 itens encontrados para ""

  • Pode preparar-se um filho para a adolescência?

    A parentalidade é uma das missões mais exigentes e desafiantes que se pode experienciar, a parentalidade implica dúvidas, sobressaltos, amor e, principalmente, a capacidade de uma família se reinventar à medida que uma criança cresce. A verdade é que, por norma, à medida que uma criança se torna adolescente, os medos dos pais vão-se multiplicando, porque obrigatoriamente, sentem que a proteção que podem dar a um filho começa a ser cada vez mais limitada, cada vez menos constante. A melhor forma de passar a adolescência de um filho com o coração mais tranquilo, é preparar ativamente esse filho para a adolescência, para isso, é essencial ensiná-lo a: 1 - Ser autónomo - um adolescente precisa de ser capaz de se desenrascar sozinho, seja sendo capaz de cuidar de si próprio, de andar de transportes públicos, ou de resolver pequenos problemas, ou desafios, que surgem no dia a dia. Para que a adolescência se dê de forma mais tranquila, é essencial que na infância exista de forma ativa a preparação para a autonomia. 2 - Pensar e tomar decisões por si - a adolescência é um período em que existe uma maior tendência a se ser influenciável pelo contexto, por isso, é fundamental que desde a infância se transmita à criança a capacidade de pensar por si própria e de tomar as suas próprias decisões de forma sensata e independentemente. 3 - Gerir a agressividade - um adolescente precisa de arriscar, de estar mais tempo sem a presença de adultos que o protejam e, por isso mesmo, precisa de ser capaz de se proteger a si próprio sempre que necessário. Para que um adolescente o consiga fazer, é necessário que em criança tenha aprendido a gerir a sua agressividade, ou seja, aprendido a definir os seus limites na relação com os outros e saber qual a melhor forma de agir consoante as circunstâncias. É muito claro que a adolescência de um filho se prepara durante a sua infância e só quando uma criança é preparada e capacitada para os desafios da adolescência, os Pais conseguem serenamente ir abrindo espaço à proteção que lhe dão e permitindo que sozinha explore tudo aquilo que é, as relações e o mundo. #escoladosentir

  • Estará a sua infância a condicionar o seu presente?

    Enquanto adultos, todos nós carregamos uma bagagem da nossa infância que pode ser mais ou menos positiva, mas que - invariavelmente - nos vai marcar e, eventualmente, condicionar nas experiências e desafios que vamos enfrentando. A infância por ser uma fase tão rica e, ao mesmo tempo, tão frágil, implica experiências emocionais intensas e vivências que nos levam a criar padrões de funcionamento emocional, relacional e social que acabam por ter tendência a acompanhar-nos pela vida fora. Um exemplo paradigmático da forma como a infância se vai reproduzindo na fase adulta de uma forma, muitas vezes, inconsciente, é a parentalidade, quando - de repente - alguém percebe que está a reagir aos estímulos do seu filho, tal e qual como um dos seus pais reagia aos seus próprios estímulos. Outro exemplo, são as relações, quando de repente uma pessoa se apercebe que parece estar a relacionar-se com alguém de forma muito similar a um dos seus próprios pais. No fundo, aquilo que acontece é que vamos absorvendo na infância aprendizagens e formas de ser que acabam por nos moldar e acompanhar. Este cenário só por si não é necessariamente mau e, muitas vezes, trazemos da nossa infância uma riqueza inigualável e que, de facto, queremos preservar. Ainda assim, também é comum carregarmos bagagem da qual seria mais simples - e seríamos mais felizes - se nos libertássemos dela. Este libertar dessa bagagem é um grande desafio para todos nós, porque implica um autoconhecimento fora do vulgar, que nos permite conhecermo-nos a nós próprios, tomarmos consciência dos nossos padrões e, mais difícil ainda, sermos capazes de filtrar aquilo que queremos manter e aquilo que queremos deitar fora. Este exercício é exigente porque falamos de padrões que nos acompanham da infância, que, regra geral, são padrões que estão entranhados em nós, por isso, tendemos a desculpabilizá-los e a confundi-los com a nossa essência, quase num registo de ‘não é defeito é feitio’. A verdade é que não importa se é defeito ou se é feitio, o importante é que se não está a ser funcional e positivo para a pessoa que somos atualmente, é sinal que precisa de transformação. Lembremo-nos sempre que a nossa infância vai acompanhar-nos para sempre, no entanto, nós temos o poder de filtrar a forma como ela nos condiciona, ou não, pela vida fora. #escoladosentir

  • 3 estratégias para ajudar os adolescentes a lidar com a ansiedade!

    A adolescência é, por si só, uma fase turbulenta física e emocionalmente, não há como uma adolescência não ser exigente e não colocar a nu diversos medos e fragilidades. São alguns destes sobressaltos da adolescência que alavancam o crescimento, no entanto, quando estes sobressaltos não são olhados de frente e um adolescente se torna incapaz de lidar com eles, podem exercer uma força de bloqueio ao bem-estar e ao crescimento pleno de uma adolescente. Neste contexto, um dos maiores travões dos adolescentes prende-se com a ansiedade, seja ansiedade com o seu próprio corpo, ansiedade académica, social ou até familiar. Aquilo que acontece é que, no meio de tantos apelos e exigências, os medos sobressaem e a sensação de incapacidade, por vezes, toma o controle do adolescente. Nestas circunstâncias para ajudar um adolescente a lidar com a ansiedade, seja lá ela de que tipo for, é essencial começar por: 1- Ajudar o adolescente a expressar o que sente - para reduzir os níveis de ansiedade é absolutamente essencial que o adolescente tome consciência da sua ansiedade e tenha espaço para a expressar de forma livre, sem questões e sem julgamentos acerca de tudo aquilo que está a sentir. No fundo, permita-se a ser um colo capaz de ouvir tudo aquilo que o adolescente está a vivenciar e a sentir. 2 - Ajudar o adolescente a identificar e desconstruir os seus medos - quando estamos num cenário de ansiedade há sempre alguns medos que podem estar mais ou menos claros para o adolescente, ajude o adolescente a identificar tudo aquilo que o está a deixar assustado. Por exemplo, se existe ansiedade aos exames, será importante desconstruir qual o medo que está por trás dessa ansiedade, que pode ser ter negativa no exame, ou por outro lado, desiludir os pais, por exemplo. Ao desconstruir de forma clara os medos, torna-se mais fácil para um adolescente encontrar as estratégias certas para reduzir à mínima os seus níveis de ansiedade. 3 - Evitar comparar o adolescente com outros adolescentes - sempre que existem comparações um adolescente tende a sentir-se inferior. Isto é, em vez do adolescente olhar para a pessoa com quem foi comparada como um modelo a seguir, acaba por se sentir cada vez menos capaz e menos seguro de si. No fundo, sempre que estamos perante um adolescente com ansiedade o mais importante é levarmos o adolescente a olhar para a sua ansiedade de frente, a expressá-la e a desconstruir tudo aquilo que está por de trás da ansiedade. Só depois disto, um adolescente será capaz de encontrar a forma certa de lidar com a sua ansiedade e de evitar que esta contamine o seu bem-estar e crescimento. #escoladosentir

  • 5 estratégias para gerir os conflitos entre irmãos

    Os irmãos são, por norma, companheiros de vida, é com os irmãos que uma criança começa a explorar o mundo, a rivalizar e a desenvolver competências. Os irmãos são, assim, um pilar que aumenta o sentimento de pertença da criança e lhe dá segurança pela vida fora. Apesar de todo o lado mágico que os irmãos comportam, na infância e adolescência é comum existir atrito significativo entre os irmãos, que, por vezes, acaba por afetar a dinâmica diária da família. Por isso, é essencial estar atento à relação dos irmãos desde cedo, não para evitar o conflito, mas para que possam ter uma relação harmoniosa, com espaço ao crescimento. Para isso, os pais, podem começar por: 1 - Assegurar às crianças que o amor dos pais por cada um dos filhos não é questionável - um dos grandes pontos de atrito dos irmãos, prende-se com a ideia de que um dos irmãos é preferido para os pais. Neste sentido, é essencial que as crianças percebam que os pais podem relacionar-se de forma diferentes com diferentes filhos, porque têm idades diferentes ou, simplesmente, porque têm uma personalidade diferente. Isto pode ser explicado às crianças, cada filho exige dos pais, ações diferentes. No entanto, apesar de exigir ações diferentes, o amor que os pais sentem pelos filhos nunca é questionável e, isso, deve ser garantido às crianças. 2 - Haver momentos a sós com cada filho - todos os filhos gostam de, por vezes, ter os pais só para si. Por isso, nem que seja apenas pontualmente, é essencial criar momentos a sós de cumplicidade com cada filho, seja uma ida ao parque, comer um gelado ou simplesmente, brincar com a criança. 3 - Promover a gestão autónoma dos conflitos - os irmãos irão sempre entrar em conflito, no entanto, não devemos evitar esses conflitos, devemos apenas ensinar as crianças a geri-los e promover que o façam de forma tendencialmente autónoma. Isto é, as crianças criam os conflitos e devem ser elas próprias a encontrar as soluções para esses conflitos. Ou seja, os pais devem estar alerta, mas não devem ter uma intervenção dirigida à resolução dos conflitos entre irmãos. Se for necessário a intervenção dos pais, esta deve ser num sentido de mediação ouvindo as crianças e promovendo a sua capacidade de encontrarem a solução por si próprias. 4 - Não fazer comparações entre as performances dos irmãos - as comparações no meio familiar fazem com que muitas vezes, um dos irmãos se sinta mais frágil ou menos amado do que o outro. Por isso, devemos evitar fazer comparações e optar por valorizar as diferenças, sempre numa perspetiva positiva. Por exemplo, em vez de dizermos consecutivamente “o Pedro é excelente aluno e o João só tem notas medianas”, podemos optar por “o Pedro é excelente aluno ficamos muito felizes com as suas boas notas, mas o João é excelente no desporto, ficamos mesmo felizes com as suas competências físicas". 5 - Ensinar a expressar o que sentem e as suas necessidades - muitas vezes os conflitos aparecem porque nenhum dos irmãos é capaz de expressar aquilo que está a sentir ou aquilo de que precisa. Assim, é muito importante que, fora dos momentos de zanga, os pais possam ensinar as crianças a expressar todas as suas emoções e as suas necessidades. É quando uma criança consegue expressar o que está a sentir e tudo aquilo que precisa para o seu bem-estar, que os conflitos tendem a diminuir e a empatia entre irmãos tende a aumentar. Perante tudo isto, é absolutamente essencial que os pais estejam conscientes que os irmãos terão sempre momentos de oscilação entre sintonia e conflitos. Estes conflitos são saudáveis e são, muitas vezes, uma grande aprendizagem para os irmãos, dando-lhes - desde que corretamente geridos - ferramentas para aprenderem a relacionar-se de forma positiva. #escoladosentir

  • De que é feita uma família?

    Uma família é um lugar quase mágico, em que tudo começa, em que encontramos os nossos primeiros modelos e em que nos reconhecemos. Apesar de ser na família que vivenciamos as nossas primeiras conquistas, é também na família que acabamos por viver os primeiros conflitos e decepções. A verdade é que temos a ideia romanticamente errada, de que as famílias precisam de ser perfeitas, precisam de estar sempre em sintonia e que, regra geral, não entram em discórdias e conflitos. Esta ideia não só não é verdade, como perpetua o evitar do conflito para manter uma harmonia, que nem sempre é verdadeira. Quando se evitam pequenos conflitos, não fazemos com que eles deixem de existir dentro de uma família, apenas deixamos de dar espaço a que possam ser elaborados em tempo real e, quando o fazemos, eles acabam por ganhar proporções muito maiores no seio das famílias. Nunca nos podemos esquecer, que uma família é composta por várias personalidades, várias histórias, várias vivências que se interligam e, por isso, as famílias se tornam tão únicas e tão imprevisíveis. Tudo isto faz com que uma família seja quase um laboratório de grande parte das nossas experiências sociais e relacionais que nos acompanham ao longo da vida, que modelam muitos dos nossos comportamentos, desta forma, é na família que se criam os nossos primeiros padrões que nos vão acompanhando pela vida fora. É claro que dentro de cada família há sempre papéis que são esperados para cada pessoa, existem expectativas para cada um, há padrões que se repetem e comportamentos que são esperados. No entanto, não nos podemos esquecer do essencial que uma família deve ser, amor e aceitação, e para isso, cada elemento deve ser autêntico e verdadeiro, com os seus lados bons e os menos bons, porque é nessa incompletude que se formam famílias mais felizes. No fundo, é na família que encontramos uma muralha que nos protege, nos segura e nos alavanca para os desafios do nosso crescimento e do nosso dia a dia, sem a segurança de uma família tudo se tornaria mais difícil. No entanto, ao mesmo tempo que esta muralha nos protege, por vezes - sem que desejemos - pode-nos aprisionar, fazendo-nos repetir padrões menos funcionais, fazendo-nos querer corresponder a expectativas e a sonhos que podem não ser os nossos. Por tudo isto, é importante termos consciência que as famílias são lugares de afeto, mas são desafiantes. Uma família para ser saudável precisa de espaço para que cada um possa ser em toda a sua essência, para que o contraditório entre cada elemento de uma família possa existir e para que a pluralidade não seja um sinal de alerta na família. Uma família, é feita de conflito, de conquistas, de sonhos, e de tantos outros ingredientes que cada um de nós possa acrescentar à sua família. Mas, não nos podemos esquecer que cada um de nós tem de dar o seu melhor, para que no final de tudo, aceite a sua família tal como ela é, e que o que conta mesmo, é o amor que têm uns pelos outros. #escoladosentir

  • 5 estratégias para comunicar com um adolescente!

    A adolescência é uma fase tipicamente conturbada em que, de repente, um adolescente precisa de lidar com um corpo em crescimento acelerado e com um mundo interno a borbulhar de emoções de uma forma bastante intensa. No meio de tudo isto, um adolescente sente-se muitas vezes sozinho, acaba por evitar a relação e fechar-se na comunicação com os adultos. É essencial que saibamos como lidar com um adolescente, mantendo a relação e estabelecendo uma comunicação saudável, para isso, devemos começar por: 1 - Não colocar demasiadas questões - muitas vezes, na ânsia de colocarmos um adolescente a expressar-se e a confiar-nos o seu mundo interno, colocamos muitas questões que se acumulam sucessivamente. Aquilo que acontece é que, enquanto colocamos essas questões, fazemos com que um adolescente se sinta cada vez mais incompreendido e com menos respostas para nos dar. Até porque perante as questões de um adulto, muitas vezes, um adolescente não tem verdadeiramente respostas para lhe dar. Por isso, em vez de perguntar em excesso, opte por disponibilizar-se para ouvir e apenas facilitar o desenvolvimento da conversa aceitando o que o adolescente lhe está a transmitir. Por exemplo, em vez de questionarmos logo uma atitude menos positiva com “porque é que agiste assim?”, podemos optar por compreender e abrir espaço com um “imagino que não te tenhas conseguido controlar, se partilhares comigo o que aconteceu, podemos pensar juntos”. 2 - Estabelecer uma ponte de cumplicidade - os adolescentes gostam de se sentir compreendidos e de sentir que existe sintonia entre o que eles estão a vivenciar e o adulto. Por isso, procure estabelecer uma ponte de cumplicidade, falando-lhe sobre si, sobre as suas vivências, as suas emoções e até sobre as suas memórias da adolescência. Nesta partilha, haverá mais espaço para que o adolescente se sinta livre para falar sobre si próprio. 3 - Nunca desvalorizar uma partilha ou emoção - quando um adolescente abertamente partilha um acontecimento ou um sentimento é essencial que o ouçamos, sem desvalorizar. Mesmo que para o adulto pareça uma situação mínima e sem impacto efetivo na vida do adolescente, se ele está a abordar o assunto é porque para ele é efetivamente importante. Recorde-se que quando um adolescente sente que o que partilha é desvalorizado, opta por começar a guardar para dentro. 4 - Valorizar as suas conquistas - Sempre que um adolescente alcança um bom resultado na escola, no desporto ou na vida social, por exemplo, devemos valorizar essa conquista. Quando o fazemos damos-lhe atenção pelas coisas boas e mostramos-lhe que estamos sintonizados com ele de forma constante o que, seguramente, o deixará mais disponível para a relação com o adulto. 5 - Respeitar o seu espaço físico e emocional - a adolescência implica descoberta interna e externa e, neste processo, há diversas fases em que um adolescente precisa de se resguardar. Nessas fases, é importante mostrarmos que somos capazes de respeitar o espaço que ele precisa, ainda que também seja importante mostrarmos-lhe que, seja o que for, que possa estar a sentir e vivenciar estamos sempre disponíveis para ele. Se nos mantivermos alinhados com tudo isto, naturalmente um adolescente vai deixar de sentir um grande fosso entre ele e o adulto, o que fará com que a comunicação flua de forma cada vez mais natural e aberta, sem os condicionamentos habituais da comunicação entre adultos e adolescentes. #escoladosentir

  • Qual é a altura certa para abordar o namoro com as crianças?

    As relações estão presentes no dia a dia das crianças desde sempre, quer na relação entre os próprios pais, quer em contexto social ou simplesmente em conteúdos televisivos, por exemplo. À medida que vão crescendo as crianças vão percebendo que há tipos de relações diferentes com diferentes graus de proximidade e de intimidade. Esta aprendizagem que acontece de forma subliminar é absolutamente essencial para o desenvolvimento das crianças e para a sua capacidade de compreender o mundo e as relações. No entanto, naturalmente, não é suficiente e, por muito que as crianças intuam acerca das relações, há questões que precisam de ser conversadas e esclarecidas para que exista uma compreensão plena por parte da criança. É importante que fique claro que não há uma altura certa para abordar o namoro, a paixão ou a sexualidade com todas as crianças, o essencial é que os Pais vão indo ao ritmo da criança e vão ajudando a criança a pensar à medida que ela própria se vai interrogando e vai, de forma mais ou menos aberta, mostrando interesse e abertura para os assuntos. De qualquer forma, não é verdade que possamos controlar a curiosidade da criança e impedir que pensem acerca das relações, assim, quando a criança desperta para estas temáticas devemos: Não incentivar, nem restringir as relações - não devemos incentivar as crianças a namorar, por exemplo, fazendo a típica pergunta “já tens um namorado?”, nem devemos restringir ou proibir quando a criança tem um namorado. Devemos ter claro que namorar para uma criança é diferente de namorar para um adulto, por isso, quando uma criança nos diz que está a namorar não devemos assustar-nos e proibi-la, devemos sim conversar com ela, compreendê-la e, se for caso disso, definir os limites que consideramos essenciais. Ensinar a criança a ouvir o que sente - qualquer que seja a relação implica que sejamos capazes de sentir, de nos expressarmos, por isso, para que a criança possa explorar o namoro e as relações, precisa de ouvir o que vive dentro de si, saber expressar-se e gerir as suas emoções. Não fugir do tema sexualidade - não devemos precipitar conversas acerca da sexualidade, no entanto, também não devemos fugir do tema. Se uma criança nos faz questões, devemos ouvi-la e acompanhar o seu raciocínio. Isto é, devemos ser cautelosos para não dar mais informação à criança do que aquilo que ela própria está preparada para ouvir ou perceber. Na dúvida, perante questões mais elaboradas de uma criança podemos devolver–lhe a pergunta “e tu o que é que pensas sobre isso?”, quando o fazemos percebemos o que é que a criança já sabe e, a partir daí, ajudamo-la a ter clareza. No fundo, as crianças irão sempre ter curiosidade acerca das relações, algumas terão mais tendência a namorar do que outras, o essencial é lembrarmo-nos que a função dos Pais é ajudar a criança a pensar, esclarecer dúvidas que possam existir e balizar os limites que podem ou não ser dados pela criança. Só com os limites bem definidos uma criança poderá ter segurança para sentir, para explorar o mundo e as relações. #escoladosentir

  • Até onde pode ir a nossa ajuda aos outros?

    Sermos capazes de ser empáticos na relação com os outros é absolutamente essencial e no espaço em que sentimos o outro, as suas dores e as suas necessidades, temos a tendência natural de procurar ajudá-lo e de impulsionar as mudanças necessárias na sua vida. Ora termos este movimento de ajuda ao próximo é essencial, no entanto, é também extremamente importante permitir-nos perceber quais são os nossos limites na relação com o outro e naquilo que pode ser a nossa intervenção na sua própria vida. Muitas vezes, aquilo que para nós nos parece um desequilíbrio pode, para a pessoa que o está a viver, ser um equilíbrio e até pode ser o equilíbrio que a própria pessoa precisa. Assim, mais do que agirmos com as pessoas da forma que gostaríamos que agissem connosco, devemos agir da forma que a pessoa precisa que ajam com ela. E, muitas vezes, a pessoa não precisa nesse exato momento de uma mudança, pode precisar de compreensão, afeto ou um sem fim de outras coisas. O que acontece é que demasiadas vezes, ficamos presos à ideia de que a pessoa precisa daquilo que nós próprios, com as nossas crenças, os nossos valores e a nossa história de vida precisamos nas circunstâncias que ela está. Por isso, procuramos mudá-la e ajudá-la de uma forma desajustada e desequilibrada à sua própria realidade. Neste contexto devemos ainda atentar que nem todas as pessoas querem de facto ser salvas, ajudadas ou mudadas, e a melhor ajuda que pode ser dada é permitirmos que os passos que a pessoa dá sejam feitos à sua medida e não que seja empurrada abruptamente para esses passos. Porque sempre que alguém é empurrado para qualquer que seja a mudança, na maioria das vezes, acaba por não estar disponível para ela e acaba por não a realizar de forma efetiva. O que se torna frustrante quer para quem procura ajudar, quer para a pessoa que ajuda. Desta forma, devemos ter sempre presente que a ajuda ao outro deve acontecer à medida das suas necessidades, no momento em que ele está permeável para ela, não no momento em que nós próprios estamos disponíveis para a ajudar, só assim, podemos ser efetivos na ajuda ao outro e nos passos que a pessoa precisa de alcançar. #escoladosentir

  • Libertar-nos do medo, é possível!

    Todos nós, em alguns momentos da nossa vida, já nos sentimos em perigo, já nos deixamos envolver pelo medo e até dominar por ele. A verdade é que o medo é uma emoção natural, que nos protege e que nos leva a encontrarmos segurança necessária para mantermos o equilíbrio. Ainda assim, quantas vezes, mesmo sem existir um perigo eminente, nos deixamos soçobrar pelo medo e, em resposta ao medo, condicionamos os nossos objetivos, as nossas relações e, no limite, a nossa vida? Muitos dos nossos medos são, regra geral, reflexo das nossas histórias de vida e das nossas experiências, o nosso interior procura proteger-nos de tudo aquilo que já foi anteriormente desconfortável ou perigoso para nós e envia-nos sinais de perigo em situações similares, que na verdade podem - atualmente - já não acarretar o mesmo perigo. Um exemplo paradigmático disto é a forma como muitas vezes, mobilizados pelo medo, deixamos de confiar em relações amorosas: a partir de uma experiência menos positiva que nos faz sentir inseguros, não nos permitimos viver uma relação de forma livre, com confiança em quem está connosco, porque inconscientemente temos medo que a nossa história se repita e que saíamos de novo magoados. No fundo, é à custa de tudo isto, que ao longo da vida vamos ficando mais na defensiva, mais protegidos de todos os possíveis ataques exteriores, principalmente, mais a medo. Porque de experiência em experiência, vamos guardando tudo aquilo que nos deixou em perigo dentro de nós e vamos deixando que, isso, se torne uma bússola. Tudo isto só é mau, porque a certa altura, não nos permitimos viver longe dos condicionamentos anteriores e, o que desperta em nós na sequência deste medos excessivos é, principalmente, mal estar. Por tudo isto, devemos olhar para o nosso dia a dia e, sempre que temos medos de forma padronizada, a afetar a nossa dinâmica de vida, é fundamental, permitimo-nos a refletir e, seja qual for o tipo de medo que nos está a assolar, sermos capazes de o enfrentar, de o desconstruir, de percebermos de forma muito clara a mensagem que ele nos está a trazer e, só depois disso, podemos libertar-nos do medo e viver de forma mais fluída e tranquila. #escoladosentir

  • Porque deixa os seus sonhos para trás?

    Todos nós temos vontades, objetivos e sonhos e são eles que muitas vezes nos ligam a nós próprios, nos ligam à vida e nos dão garra. Apesar de, regra geral, gostarmos de sonhar, de nos imaginar a atingir os nossos objetivos, a verdade é que, muitas vezes - paradoxalmente - limitamos apenas a sonhar, limitamo-nos a não fazer nada em direção aos sonhos, a não sair do mesmo sítio, a não nos mobilizarmos para os atingir. É como se ficássemos num impasse entre as nossas ambições e a nossa capacidade de agir em direção a elas. Sempre que isto acontece, gradualmente, vamo-nos sentindo cada vez mais desligados de nós próprios, cada vez mais limitados à rotina dos dias, a tudo aquilo que a sociedade - e quem está ao nosso redor nos impõe - e, naturalmente, sentimo-nos cada vez menos capazes. Desta forma, fica claro que à medida que perdemos a nossa energia para nos mobilizarmos em direção aos nossos objetivos e sonhos, começamos também a perder a nossa essência. Sempre que isto acontece a questão que obrigatoriamente se deve impor é: ‘porque é que quero tantas coisas e não me mobilizo para as atingir?’ A partir daqui, é essencial uma auto análise à forma como nos temos movido pelos desafios da vida e às escolhas que temos vindo a fazer. Quando o fazemos, por norma, acaba por acontecer uma de duas situações: ou descobrimos que estamos com os objetivos errados e que apenas não nos mobilizamos para eles porque efetivamente não os queremos. Ou descobrimos que há condicionantes na nossa rotina diária que acabam por nos bloquear ao invés de nos alavancar. É quando temos clareza de tudo aquilo que nos está a levar à inação, que podemos agir para inverter esse processo. Seja permitindo-nos a redescobrirmo-nos, a alinharmo-nos com toda a nossa essência e, a partir daí, definir objetivos adaptados àquilo que efetivamente desejamos, permitindo assim uma auto motivação intrínseca que nos vai levar, naturalmente, à ação. Seja libertarmo-nos dos contextos, pessoas ou situações que nos condicionam e nos impedem de sermos nós próprios por inteiro e de irmos em direção a tudo aquilo que desejamos. Só quando somos capazes de nos colocar em questão, de colocar o nosso contexto em questão, de atribuir clareza a tudo aquilo que somos, podemos, por fim, ter a motivação e a garra necessária para agirmos e para, em liberdade - seja ela interna ou externa - atingirmos todos os nossos sonhos e permanecermos sempre ligados ao nosso interior e à vida. #escoladosentir

  • Os benefícios do brincar!

    Por muito simples que pareça, o brincar é a força motriz do desenvolvimento de uma criança! Enquanto uma criança brinca, desenvolve um sem fim de competências, descobre-se a si própria e descobre o mundo. No fundo, é no brincar que reside a essência da infância e é o brincar que torna a infância mais rica, livre e feliz. Por isso mesmo, é essencial que em cada família, em cada escola exista espaço para o brincar. Entre os muitos benefícios do brincar, surgem alguns que determinam o bem-estar de uma criança e até o seu futuro, dos quais se destacam: 1 - Desenvolve a criatividade e a imaginação - uma criança que tenha espaço e tempo para brincar de forma livre e espontânea, será sempre uma criança mais capaz de imaginar e de construir histórias. Ao mesmo tempo que o faz, uma criança aprende a organizar o seu pensamento e a ser flexível. 2 - Desenvolve a tolerância à frustração - é nos jogos estruturados e de regras que muitas vezes, uma criança aprende a perder e a ter a garra necessária para prosseguir os objetivos e para ganhar. Assim, à medida que uma criança saí vencedora e derrotada vai explorado diversas sensações e desenvolvendo a sua capacidade de tolerar a frustração e persistir perante as dificuldades. 3 - Desenvolve as competências pré-académicas - ao brincar, por exemplo, com plasticinas, ou areias mágicas, uma criança estimula a motricidade fina e a coordenação olho-mão, essenciais à escrita. Da mesma forma que, enquanto brinca desenvolve, de forma divertida e fluída, a capacidade de concentração, de atenção e o raciocínio prático. 4 - Desenvolve a capacidade de lidar com as emoções - quando uma criança brinca a fazer teatros acerca da família, da escola ou dos amigos, ou ao faz de conta com outras personagens, está também a elaborar e a compreender as suas relações, a dar-lhes significado e a experimentar vários papéis. O que contribui para que se conheça cada vez melhor a si própria e lide de forma cada vez mais eficiente com tudo aquilo que sente. Desta forma, se queremos crianças cada vez mais felizes e cada vez mais capazes, é absolutamente fundamental que nunca nos esqueçamos que a infância exige brincar e que o brincar é e será sempre, um ótimo impulsionador do desenvolvimento e do bem-estar das crianças. Por isso, é essencial que todas as crianças tenham espaço para brincar! #escoladosentir

  • É essencial dar voz às crianças!

    Todos os pais desejam que as crianças sejam capazes de os ouvir e de seguir os seus ensinamentos. No entanto, também é comum os pais sentirem que, no limite, as crianças não só não os ouvem como - quando ouvem - parecem fazer exatamente o oposto daquilo que lhes é pedido. Mas porque será que as crianças tendem a não ouvir os pais? A verdade é que as crianças, muitas vezes, ouvem os pais. Ainda assim, sentem que os pais parecem não as compreender e, por isso, acabam por sentir que aquilo que os pais estão a transmitir parece não ter validade interna para si. Desta forma, perante indicações e ordens dos pais, é frequente as crianças parecerem distantes e parecerem não ser capazes de os ouvirem. Outra das questões importantes, é que as crianças aprendem ao mesmo tempo que veem os comportamentos dos adultos à sua volta e, muitas crianças, sentem que na verdade não têm voz e não são ouvidas pelos pais. Assim, ao mesmo tempo que sentem que não são ouvidas, as crianças aprendem a deixar de ouvir os pais ou os adultos à sua volta. Por isso, se queremos que as crianças sejam capazes de ouvir e compreender os pais, precisamos de ser capazes de dar voz às crianças e compreendê-las. Isto é, precisamos de conseguir ouvi-las sem questões excessivas, sem julgamentos e estabelecendo uma ponte de cumplicidade com o seu interior para que elas se sintam compreendidas e emocionalmente amparadas. Quando damos voz a uma criança seja sobre aquilo que ela pensa em relação a si, à sua rotina diária, aos outros e ao mundo, estamos subtilmente a mostrar-lhe que tudo aquilo que ela pensa, ou sente, é importante para nós, que as suas ideias são válidas e que ouvimos as suas necessidades. Ao mesmo tempo que o fazemos, estamos a ensiná-la a ser capaz de nos ouvir, a ser capaz de serenar enquanto o outro se está a expressar e a valorizar as palavras que veem por parte dos outros. Desta forma é indiscutível que uma criança que tenha voz, que seja ouvida e compreendida, será sempre uma criança mais segura de si, mas principalmente uma criança mais capaz de ouvir tudo aquilo que os outros têm para lhe transmitir. #escoladosentir

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