Sentirmo-nos seguros de nós próprios é uma das maiores conquistas que podemos fazer. A segurança interna implica que sejamos capazes de gostar de nós próprios por inteiro, no fundo, gostar de nós em todas as nossas dimensões, em tudo aquilo que somos.
Quando temos uma boa segurança interna, conseguimos trilhar o nosso percurso com a convicção e a serenidade de que somos capazes. Encontrando assim um espaço de equilíbrio entre o que são as nossas virtudes e as nossas fragilidades, conhecendo-nos e aceitando-nos.
O que acontece é que ao longo do nosso crescimento e da nossa vida, vemos com frequência a nossa segurança interna afetada, tornando-nos assim, menos confiantes e menos audazes.
Muitos de nós, quando a nossa segurança interna é afetada, assume uma postura de controlo. Num primeiro momento, essa postura garante a estabilidade interna, no entanto, quando prolongamos este controlo no tempo afetamos o nosso bem-estar, anulamos os nossos sinais de alerta internos e afetamos a qualidade do nosso dia a dia e das nossas relações.
O controlo como forma de acalmar a insegurança interna tende a levar-nos ao limite e à quebra emocional.
Em primeiro lugar porque impede a fluidez emocional, isto é, quando controlamos a primeira coisa que tentamos fazer é anular as nossas emoções, a forma como as vivenciamos e como as expressamos e, sempre que deixamos as emoções contidas dentro de nós, contribuímos para o adoecer psicológico.
Em segundo lugar, quando assumimos o controlo perdemos a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e a flexibilidade mental, assim, tendemos a tornarmo-nos mais rígidos e menos tolerantes na relação com o outro.
Em terceiro lugar, por muito que controlemos, não conseguimos controlar tudo aquilo que experienciamos e, por isso, quando assumimos o controlo para nos protegermos da nossa insegurança interna, só tendemos a aumentar essa insegurança, porque temos permanentemente a percepção de que estamos a falhar no controlo que estamos a exercer.
Assim, fica claro que o controlo permite-nos apenas a ilusão de segurança, enquanto estamos a controlar o que dizemos, o que pensamos e até o que sentimos, temos a ideia de que estamos mais seguros e que estamos ao comando das situações. No entanto, a realidade é que quanto maior for o controlo, mais próximo do limiar de quebra emocional nos encontramos. Por tudo isto, se exerce muito controlo, é essencial que fique atento ao seu dia a dia e que vá gradualmente permitindo-se a abandonar o controlo, a permitir-se a sentir, pensar, expressar e agir de forma fluída, porque é quando o fazemos que damos espaço à expressão plena da nossa segurança interna.
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