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Será que nos estamos a desligar de nós próprios?

Passamos os dias a correr, a tentar corresponder a expectativas, quer colocadas pelos outros quer colocadas por nós próprios. E, na ânsia de corresponder a essas expectativas, esquecemo-nos de nós, do nosso propósito e afastamo-nos da nossa essência. Porque as expectativas são, regra geral, socialmente implementadas, e a certa altura, há um conjunto de coisas consideradas expectáveis para cada fase da vida nas quais podemos não nos rever.


E, é no momento em que deixamos de corresponder connosco próprios e começamos a corresponder ao que é esperado, que, de pequeno nada em pequeno nada, começamos a desligar-nos de nós, a afastar-nos da nossa essência.

E este desligar-nos de nós, nada mais é que, deixarmos de acreditar nos nossos sonhos, para passar a aceitar aquilo que os outros sonharam para nós, seja os outros a família, a sociedade ou os amigos. O dramático de tudo isto, é que, quer queiramos quer não, quando estamos distantes daquilo que somos de verdade, mais cedo ou mais tarde, vamos acabar por fracturar internamente e abrir espaço ao mau estar psicológico e à tão característica ansiedade que, por vezes, sem sabermos porquê, parece dominar-nos.


E, aí, muitas vezes, entra a desilusão, vamos ficando a soçobrar àquilo que podíamos ter sido, àquilo que tanto sonhámos, com a permanente sensação de insatisfação, como quem parece não se sentir bem em lugar nenhum.


Por tudo isto, em cada passo é essencial cultivarmos a nossa segurança interna, para que, chegada à hora de fazermos escolhas, sejamos capazes de escolher de acordo connosco, com a nossa essência, independente dos outros. Para que, chegada à hora de ‘Ser’ em todas as nossas facetas, todas elas correspondam à verdade e não ao medo de falhar, ou, ao medo de não corresponder. Assim, da segurança interna, vamos ao amor próprio e, daí, à motivação para nos mantermos lado a lado com aquilo que é a nossa essência e com os nossos propósitos.

Não querendo com isto dizer que todos temos de fugir ao expectável, mas sim que, sempre que o expectável não é aquilo com que nos identificamos, devemos fazê-lo, como a garra de um adolescente de cabeça na lua e a maturidade de um adulto de pés na terra.


Não nos esqueçamos que, irmos atrás daquilo que sentimos ser a nossa essência, implica ouvirmos o nosso interior e sermos autênticos. Quando conseguimos parar e ouvir tudo aquilo que se passa dentro de nós, vamo-nos mantendo ligados ao nosso interior, damos o nosso melhor e, muitas vezes, ganhamos forças que até então desconhecíamos. Nesta montanha russa de sermos autênticos e genuínos, ganhamos sempre que aceitamos que, para alcançarmos o nosso propósito e garantirmos que nos mantemos ligados ao nosso interior, temos de permanecer tolerantes à frustração que os sobressaltos do caminho nos podem trazer.

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