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É urgente que todos paremos de julgar os pais e as mães

Todos concordamos que cada criança tem o seu ritmo, não há fórmulas que funcionem na perfeição com todas as crianças, mas, temos dificuldade em aceitar que cada pai e cada mãe têm a sua forma de ser pai, ou mãe, e que da mesma forma que não há fórmulas que funcionem com todas as crianças também não há fórmulas que funcionem com todos os pais e mães.


É comum os pais procurarem-nos porque se sentem culpados, como se fosse o que fosse que fizessem houvesse sempre junto deles um grilinho semelhante ao do Pinóquio, que lhes diz “estão errados, a culpa é vossa”. A culpa na parentalidade é capaz de assumir uma função absolutamente castradora, fazendo com que um pai e uma mãe se movam como se se encontrassem junto de filhos de vidro que, não tenham os pais muito cuidado, a qualquer momento podem quebrar.


E está culpa não só não ajuda os pais, como parece apagar-lhes o seu sexto sentido, sensibilidade e intuição. E se a todos os pais que nos procuram podemos serenar- lhes o coração, unir os pontos e ajuda-los a calar este ‘grilinho’ da culpa, há muitos outros que, por diversos motivos guardam a culpa para si e ficam fechados numa espécie de redoma como quem não quer partilhar tudo aquilo que sente com ninguém.


Claro que há factores comuns essenciais ao desenvolvimento pleno e saudável de todas as crianças e que esses factores devem ser assegurados pelos pais e pelas mães. No entanto, devemos ser capazes de aceitar as múltiplas formas de parentalidade e as múltiplas forma de se ser criança, não querendo formatar todos os pais a agirem de forma igual. Os pais independentemente da forma como exercem a parentalidade são sempre um porto de abrigo para as crianças e, se conversarmos com as crianças, levando-as a sério, praticamente todas elas têm nos pais uma entidade superior que, façam lá o que fizerem, nunca são culpados de nada.


Assim, é urgente, que todos paremos de julgar os pais e as mães por fazerem de uma forma ou de outra e os aceitarmos na sua pluralidade, porque um pai e uma mãe constroem um filho e um filho também constrói um pai e uma mãe e juntos formam uma entidade absolutamente singular que não pode ser comparada com nenhuma outra, sob pena de sermos injustos e de colocarmos um peso excessivo sobre todas eles, que sentem que não estão a conseguir corresponder aos padrões que a sociedade parece ter definido. O essencial é que a paternidade seja exercida com bom senso, que tudo o resto parece fluir, se atrás de cada pai mãe não houver o grilo da culpa, mas sim o grilo do amor.



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