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Será que os avós estragam mesmo as crianças?

“Os avós estragam as crianças”, ouvimos repetidamente esta frase, mas, afinal que problema é este que está a contaminar as nossas crianças?


Não, não é verdade que os avós, só por si, estraguem as crianças! Os avós são assim aquela entidade superior que consegue conjugar num só o coração, a sabedoria e, muitas vezes, a disponibilidade que uma criança anseia. Assim, os avós, conseguem tornar-se numa fonte de energia e segurança de muitas crianças.


Se uma avó adocica a relação com uma criança e, mesmo assim, respeita a autoridade e as regras dos pais, temos um equilíbrio próximo da perfeição para o desenvolvimento de uma criança. Sim, por vezes, os avós tornam-se mais tolerantes que os pais, dando menos regras, permitindo comer mais doces e ver televisão até mais tarde, isso não é dramático, desde que, não seja constante e desde que os pais continuem firmemente a colocar as regras com a almofadinha do amor. Não, não é suposto que, os pais sejam as ovelhas negras e os avós o mundo cor-de-rosa, é suposto que os avós respeitem as regras dos pais, ao mesmo tempo, que aumentam o colo das crianças e, por vezes, as deixam colocar um pé no mundo proibido dos pais, mas sempre com o coração todo e com o respeito pelos pais.


Quando olhamos para o mundo na perspectiva de uma criança temos uma espécie de níveis, em que nos pais podemos ver uma entidade omnipotente, que é inquestionavelmente a melhor entidade do mundo, nos avós uma entidade com um colo inesgotável e que, faça a criança o que fizer, tem sempre a ideia que nunca nunca o amor dos avós e a sua disponibilidade se vão acabar, como se fosse no colo dos avós que a criança, muitas vezes, encontra um maior espaço de encontro com a tranquilidade e segurança, paralamente, há outra entidade, os irmãos, que representam assim, uma espécie de duelo interno, com quem a criança compete pela atenção das duas entidades anteriores e com quem a criança se sente em pé de igualdade para brincar e explorar o mundo, assumindo os irmãos uma espécie de turbo impulsionador de todos os recursos da criança.


Os avós proporcionam, ainda, um terreno fértil ao desenvolvimento da empatia nos netos, pois, diariamente a criança é colocada perante uma geração mais velha, com características distintas com quem estabelece uma ponte de cumplicidade, facilitando assim, a capacidade da criança se colocar no papel do outro e ser gentil para com as suas características particulares.


Acresce, que os avós têm, a capacidade de, com todo o seu coração interpelar os pais, ajudando-os as flexibilizar uma ou outra regra mais excessiva, ajudando-os a colocar-se no lugar da criança e essencialmente ajudando-os a fazer uma ponte entre a criança e os pais, sabem com uma sabedoria inigualável atenuar os conflitos e exponenciar o afeto e o amor.


Assim, os avós não só não estragam uma criança, como são capazes de lhe assegurar um crescimento com um pé no futuro e outro na sua raiz familiar. Não nos podemos esquecer que, só em segurança da nossa raiz e do nosso passado, vamos ser capazes de evoluir e crescer tranquilamente e, aqui, o papel principal é muita vezes atribuído aos avós.



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