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Os filhos não são a 2ª edição dos pais!

Atualizado: 22 de mai. de 2020

Algumas mães - por terem o coração cheio de amor - têm a sensação que a partir do momento em que se tornam mães, tudo vai girar em torno dos seus filhos e, assim, de passo em passo, as mães parecem perder a sua individualidade e o seu direito a sonhar por si, para sonhar pelos filhos, para crescer pelos filhos.


Sim, os filhos devem estar na linha da frente do coração dos Pais! Sim, os Pais devem dar o seu melhor pelos filhos, devem questionar-se, devem lutar por eles! Mas, não, nunca os pais devem desistir de si em prol dos filhos! Pois, quando assim é, temos pais mais controladores e mais ansiosos do que tranquilos, quando assim é, temos pais que projectam em massa os seus sonhos nos filhos, contaminando a individualidade e autonomia da criança. E se, mais tarde, a criança não se torna no adulto que exatamente os pais sonharam, aí acabasse tudo o que é flexibilidade e abre-se espaço a conflitos abertos, porque os pais, nessas circunstâncias, têm dificuldade em aceitar que deram tudo àquele filho, para ele ser exactamente aquilo que eles sonharam e, esse filho, teve a ousadia de ser aquilo que ele próprio sonha. Voltando um bocadinho atrás, quando assim é, não raras vezes, temos mães e pais que retardam o crescimento dos filhos, assim como quem tenta mantê-los no ninho para sempre, assim como quem evita que se tornem independentes e autónomos, isto é, se puderem continuam a escolher a roupa que os filhos vestem mesmo aos 14 anos, como quem evita que eles pensem por si, pois, quando começam a pensar por si, esses filhos, que amam profundamente os pais, começam a magoa-los, sem quererem, só porque sentem ou agem fora daquilo que os pais consideravam expectável.


Depois, mais tarde, esses filhos, saem de casa vão atrás dos seus sonhos e os pais ficam de ‘ninho vazio’, sempre na ideia que aquele filho nem sequer está a conseguir ser grato e a retribuir tudo aquilo que os pais lhe deram, só porque, no limite, aquele filho está a seguir os seus sonhos e não os sonhos dos seus pais. E aí, um filho que sempre teve amor, sente-se só pela primeira vez, sente-se incompreendido, e é aí, que, entre a ingratidão que os pais sentem e a solidão deste filho tão amado, pais e filhos afastam os seus corações e soltam as suas mãos, ficando ambos os lados contaminados, enfraquecidos e tristes.


Por tudo isto, os pais devem sempre investir em si em primeiro lugar, quanto melhor consigo próprios e realizados estiverem os pais, melhores pais serão da criança que têm nos braços, mais espaço à sua individualidade e aos seus próprios sonhos serão capazes de lhe dar.


Os Pais são assim, como uma espécie de super heróis, com uma força inigualável e que, por muito que o caminho esteja difícil não desistem, são guerreiros! Mas, o grande desafio na viagem da parentalidade, é saber amar, ter junto de si e proteger, ao mesmo tempo, que se dá asas para a criança voar e ser aquilo que ela própria é na sua essência. Assim, quando cresce, temos uma pessoa que voa sozinha, sempre com o coração ligado aos pais, em plenitude.


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